Arterapia nas Instituições

Arterapia nas Instituições

2 de março de 2005

Nos últimos anos temos feito atendimentos individuais numa Instituição reconhecida internacionalmente pelos serviços prestados à comunidade. Estamos falando da Mansão do Caminho, dirigida por Divaldo Pereira Franco, onde trabalhamos desde 1977.

Ela foi criada em 1952 para abrigar crianças órfãs, acolhidas em unidades-lares sob a orientação de uma “tia” ou “tio” voluntários, residentes nesses lares substitutos. Ao longo desses 53 anos foi crescendo, ampliando seus setores de atendimentos, abrangendo os bairros vizinhos e tornando-se conhecida e respeitada em vários países. Por seus benefícios à comunidade, principalmente à infância e juventude, o seu idealizador, Divaldo Franco, vem recebendo inúmeros prêmios das mais variadas organizações e autoridades políticas e humanitárias, nacionais e internacionais.

A Mansão do Caminho é um conjunto de departamentos assistenciais, situada no bairro de Pau da Lima, um dos mais carentes da cidade do Salvador (BA). Há muitos cursos profissionalizantes, escolas e apoio para toda a família, desde os recém-nascidos até à velhice. Sobre essa experiência pioneira no Brasil escrevemos no livro A Veneranda Joanna de Ângelis (Celeste Santos e Divaldo Franco). Mais de três mil crianças são atendidas diariamente pelas Escolas da Mansão do Caminho e no seu Centro de Saúde são centenas de famílias do bairro e adjacências que buscam seus serviços todos os dias.

A grande maioria de crianças que são encaminhadas para o trabalho de arteterapia, têm dificuldade de aprendizagem. Algumas com problemas neurológicos, outras sofrendo o efeito da desestruturação familiar, ou da violência em casa e nas proximidades do lugar onde vivem. O acolhimento carinhoso, o trabalho com pintura, desenho, colagem, acompanhados de músicas especiais para estimular a organização, a tranqüilidade e aumentar a clareza mental, têm surtido um grande efeito.

Aplicamos as técnicas desenvolvidas no curso que criamos Criatividade e Cérebro, acolhemos com uma escuta atenciosa e, às vezes, aplicamos a Terapia Energética, diminuindo suas dores físicas e emocionais. Uma das técnicas que tem surtido um efeito surpreendente é o trabalho com mandalas. Aliado a isso, executamos ginástica cerebral – movimentos em determinados pontos do corpo, buscando o equilíbrio entre os hemisférios cerebrais e estimulando determinadas regiões do encéfalo. Essas experiências estão relatadas no recente livro que publicamos: Criatividade e Cérebro – Um Jeito de Fazer ArteZen.

A outra Instituição da qual sou membro participante, a Sociedade Hólon, fundada no final da década de 70 do século passado, tem como proposta, que vem sendo realizada, “desenvolver projetos educacionais de integração do saber; colaborar na construção da consciência de cidadania, fundamentada na harmonia do intelecto e do sentimento; criar e gerenciar estruturas para atuação nas áreas de saúde, educação, assistência social, cultura, esporte e lazer, cidadania, comunicação social, habitação e urbanismo, economia e artes, entre outras, compatíveis com os princípios da Sociedade HÓLON; atuar no sentido de promover os valores fundamentais do ser humano e o autoconhecimento, acreditando que a Ciência, a Filosofia, a Arte e a Religião podem ser integradas numa vivência de totalidade”.

A maioria dos seus participantes são jovens universitários e adultos atuantes nas mais diversas áreas da sociedade. Nesta Instituição damos o curso Criatividade e Cérebro, assim como o Mandalas – A Arte de Centrar-se e Criatividade na Empresa. Também atuamos como docente nos cursos de pós-graduação em Psicologia Transpessoal aplicada à Educação e à Gestão de Pessoas, dentre outros, e fazemos atendimentos de Arteterapia.

O efeito desse trabalho tem sido surpreendente, conforme mostram os gráficos, num apanhado dos últimos doze anos com esse tipo de atividade. No primeiro gráfico os alunos foram registrando as mudanças observadas durante o período que participavam do curso Criatividade e Cérebro. No segundo gráfico, evidenciamos os aspectos em que houve uma alteração maior, dentro de uma escala: melhorei um pouco; melhorei muito; e mudança surpreendente. O desempenho escolar e o aumento da auto-estima foram os itens que contaram com o maior índice de mudança surpreendente. É um estímulo ao aprofundamento da pesquisa sobre o efeito da Arte no desenvolvimento do potencial humano, a fim de atingirmos índices cada vez melhores.

Celeste Carneiro

Bibliografia:
Carneiro, Celeste. Criatividade e Cérebro – Um Jeito de Fazer ArteZen. Salvador, Editora Ponto e Vírgula, 2004.
Carvalho, Maria Margarida M. J. de. A arte cura? Campinas (SP), Editora Psy II, 1995.
Kast, Verena. A dinâmica dos símbolos. São Paulo, Edições Loyola, 1997a.
__________ A imaginação como espaço de liberdade. São Paulo, Edições Loyola, 1997b.
Mèredieu, Florence de. O Desenho Infantil. São Paulo, Editora Cultrix, 7ª edição, 2000.
Rhyne, Janie. Arte e Gestalt – padrões que convergem. São Paulo, Summus Editorial, 2000.
Rogers, Carl. Tornar-se pessoa. São Paulo, Editora Martins Fontes, 3ª. edição, 1978.
Santos, Celeste / Franco, Divaldo. A Veneranda Joanna de Ângelis. Salvador, Editora LEAL, 9ª edição, 2004.

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