As reuniões doutrinárias do Centro Espírita Caminho da Redenção

As reuniões doutrinárias do Centro Espírita Caminho da Redenção

3 de setembro de 2021

Quando eu cheguei à Mansão do Caminho, em 1977, as reuniões doutrinárias do Centro Espírita Caminho da Redenção, eram conduzidas por poucos palestrantes.

Divaldo estava mais presente, não viajava tanto como nos últimos anos.

Nilson era quem sempre dirigia as reuniões, com seu jeito calmo, firme e seguro.

Quando Divaldo não estava presente, revezavam fazendo palestras, Nilson, José Ferraz, João Neves, Alamiro Galvão e Paulo Sá.

Assim que me entrosei no grupo da “Família da Mansão do Caminho”, me convidaram para participar da equipe de palestrantes, juntamente com Stelinha Peixinho, esposa de Alamiro. Era a entrada das mulheres nesse núcleo eminentemente masculino.

Há pouco tempo, encontrei o esquema desse rodízio de palestrantes. Era muito simples, escrito num pedaço de papel e distribuído para cada um, assim:

José Ferraz   x   João Neves

Alamiro   x   Stelinha

Paulo    x   Celeste

Escolhíamos os livros e distribuíamos os capítulos para as duplas. Era sempre um capítulo para cada reunião doutrinária.

No início eu ficava preocupada quando ia preparar a palestra. Imaginava que, por ser o mesmo tema para duas pessoas, o que eu estava preparando seria o mesmo que o parceiro se programava para falar!…  Qual não era a minha surpresa quando ouvia o tema ser abordado de uma forma completamente diferente da minha!

Anos depois, ficou estabelecido que seria um palestrante por reunião.

Quando sabíamos que Divaldo estava presente e que iria fazer a palestra, descansávamos… Porém, às vezes Divaldo estava presente e, na hora, chamava o escalado para fazer a palestra.

Certa vez, aconteceu comigo. O Centro Espírita Caminho da Redenção recebeu presidentes de Federação Espírita de vários Estados. Era um sábado, quando a reunião acontecia na Mansão do Caminho. Divaldo convidou-os a compor a mesa. Para surpresa minha, chamou o palestrante para assumir o seu cargo: era euzinha!… Um nervoso! Tão jovem e tão sem bagagem para falar para tão seleta assistência!  O tema era “Convite à alegria”, do livro de Joanna de Ângelis, Convites da Vida. Enquanto eu iniciava minha fala, trêmula de nervoso, Divaldo me dizia: “Fale mais alto…”  Eu tinha a impressão de que estava falando muito alto!… Então, ele começou a psicografar, eu fui me tranqüilizando e ainda ia passando as páginas que ele psicografava…

O que mais me deixou envergonhada, porém, foi após a reunião, no encontro na “Casa Grande” – onde Divaldo mora e nos reuníamos após as doutrinárias – ouvir Divaldo dizer, me estimulando:  “Gostei muito de sua palestra, Celeste, com muito conteúdo e clareza!…” Ô Deus!…

Outras vezes, era anunciado que Divaldo estaria presente à doutrinária e faria a palestra. No entanto, por algum motivo, ele não chegou de viagem a tempo… Dirigia-me eu para fazer a palestra na Rua Barão de Cotegipe, na Calçada, e a rua estava cheia de carros de quem foi ao Centro, que também estava repleto de gente, ávida por ouvir Divaldo… Ao me levantar, sentia a vibração de desapontamento dos assistentes… Aos poucos, aqueles que simpatizavam comigo iam emitindo energias de bondade e de interesse, facilitando assim essa tarefa.

Notava que a assistência às reuniões era diferenciada. Às terças-feiras geralmente compareciam pessoas mais estudiosas da Doutrina Espírita e era quando ocorriam algumas manifestações de efeitos físicos. Contam que foi visto Irmã Sheila deslizar pelo salão, passando pelo corredor central, da entrada até perto da tribuna, desvanecendo-se em seguida… Perfumes espirituais eram comuns. Era a reunião dos espíritas. Nas quintas-feiras, a população era mais festiva, lembrando o ambiente de uma missa domingueira, quando as pessoas se arrumam para irem à Igreja. Era a reunião dos antigos católicos.  Aos domingos à tarde, chegavam os assistentes, sempre com um livro na mão e ficavam contritos, silenciosos, lendo antes de iniciar a doutrinária. Era a reunião dos antigos protestantes.

Naquela época, e até o Centro Espírita Caminho da Redenção se mudar para a Mansão do Caminho, no bairro do Pau da Lima, o grupo de “tios” escalados para irem à reunião, assim como os colaboradores mais próximos, ficávamos fazendo companhia a Divaldo, vibrando positivamente, ou em conversação mais elevada, até ele terminar o atendimento, o que às vezes chegava à uma hora da madrugada…  Voltávamos para o Pau da Lima, felizes e cheios de esperança.

Divaldo ouvia, de pé, a todos que o procuravam, do término da reunião, por volta das 21h até a última pessoa que ali fora em busca de conselhos.

Certo dia, Edinho (Edson Carneiro), que morava na Mansão do Caminho e era um jovem muito carismático – havia participado do grupo dos Novos Baianos, era escultor – lançou a idéia de fazer palestras com projeção de imagens, usando slides. Foi muito bem recebida esta idéia e ele mesmo fez palestras com esses recursos.

De vez em quando Divaldo convidava palestrantes para virem colaborar com as reuniões doutrinárias. Djalma Argolo, Ruth Brasil Mesquita, visitantes de outros Estados brasileiros e de outros países, enriqueciam nossas reuniões.

Com o passar do tempo, chegaram novos colaboradores e a programação, com os palestrantes e os temas, ficou a cargo de Válter Lyrio e Moema Lyrio. O novo formato é o mesmo que conhecemos hoje.

Com o avanço da tecnologia, passou-se a usar multimídia, a realizar Seminários, Workshops, sempre com qualidade e critério, visando o esclarecimento da população acerca da Doutrina consoladora dos Espíritos, embalada pela mensagem cristalina dos Evangelhos do Senhor. Assim, a Boa Nova chega aos corações sedentos de paz e de alento.

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