Esperança

Esperança

3 de setembro de 2021

Há momentos, em nossas vidas, em que os problemas se tornam tão difíceis de serem superados que, por pouco, não sucumbimos. Às vezes, eles se agrupam e aparecem todos de vez: ou, permanecem por tanto tempo, que nossas resistências quase que se esvaem; ou, ainda, são dificuldades tão íntimas, tão ocultas, que só Jesus pode aliviar…

Em momentos assim, se faz necessário trazer à tona a esperança, essa companheira que nos auxiliará a percorrer túneis compridos e escuros, com a certeza inabalável de que, mais à frente, há claridade e conforto. O apóstolo Paulo nos diz: “Ora, esperança que se vê, não é esperança; pois o que alguém vê, como o esperar? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos”. (1)

Com ela, busquemos Jesus, o amigo de todas as horas. Quem sabe Ele já não se encontra ao nosso lado, após haver providenciado melhoras para o nosso caminho?
Quando houve a crucificação de Jesus, seus discípulos, perplexos, viram o mundo escurecer e a dor profunda seguiu-lhes os passos, de perto.

Conta Lucas (2) que, naquele mesmo dia, dois deles seguiam para Emaús, aldeia próxima de Jerusalém. No caminho, comentavam sobre o ocorrido, quando alguém se aproxima e indaga o motivo de suas preocupações. Após ouvi-los, repreendendo-os pela falta de fé nas Escrituras, passa a lhes falar de tudo o que ela profetiza sobre o Cristo.

A viagem se torna, então, rápida, e o casario da aldeia já se avista. O desconhecido faz menção de seguir adiante de Emaús, mas os discípulos rogam: “Fica conosco, porque é tarde e o dia já declina”.

Aceitando o convite, entra na casa, e, quando estão à mesa, ele parte o pão e lhes dá. Nesse instante os discípulos reconhecem o Mestre, que desaparece de suas vistas.
Inebriados de alegria, comentam sobre o amor imenso que fazia arder seus corações enquanto o escutavam e levantando-se, retornam à Jerusalém, para dar a notícia aos demais companheiros.

A tristeza e o desencanto dão lugar à alegria e à certeza de que não existe separação, nem tampouco sombras eternas. Quando pensamos que tudo se acabou, Jesus chega e nos renova a esperança, mostrando-nos caminhos de luz e paz.

O Evangelho é rico desses ensinamentos.

Em João (3), por exemplo, vimos a cura do paralítico que freqüentava o tanque chamado Betesda.

Havia trinta e oito anos que estava enfermo. (Quando nós passamos uma semana acamados, ficamos inquietos, como se a cura não fosse chegar nunca, imaginemos trinta e oito anos num leito!)

Jesus se aproxima e, com sabedoria, lhe pergunta se quer ser curado. Demonstrando falta de esperança, o paralítico responde: “Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois enquanto eu vou, desce outro antes de mim”.
O Mestre, então, lhe diz: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”.

Imediatamente se vê curado e sai, levando o seu leito.

Mais tarde, Jesus o procura no templo e adverte para não votar a pecar, a fim de que não lhe ocorra coisa pior.

Também Zaqueu sofria amargamente, embora de forma diferente (4). Sendo o maioral dos publicanos e muito rico, era detestado por todos, que o consideravam ladrão. Apesar da abastança em que vivia, não era possuidor da riqueza da amizade. Com a mente astuciosa, sagaz, afastara os possíveis amigos e vivia atormentado.

Sabendo que Jesus iria passar pela cidade, busca avidamente um meio de o avistar. Sendo de estatura baixa e dando menos importância à sua posição social, sobe numa árvore, de onde pode admirar a beleza pacificadora do Mestre.

Jesus, para surpresa de todos e perplexidade de Zaqueu, pára junto à árvore e diz que ficará hospedado em sua casa.

Zaqueu, que nada esperava, recebeu tudo. Detestado por todos e amado pelo Messias…
Arrebatado por grande alegria, na hora da refeição, levanta-se e anuncia a retirada do “homem velho” para dar lugar ao “homem novo”, tocado profundamente por Seu amor. Distribui sua riqueza a não se envergonha de confessar, diante de todos, a sua fragilidade, iniciando o percurso por uma senda de luz.

Qualquer que seja a nossa dor, Jesus é o Médico, Amigo e Irmão, sempre compassivo e amoroso, suavizando as asperezas do nosso caminho.

Para os discípulos do caminho de Emaús, Ele trouxe o alívio para as suas emoções; ao paralítico, no tanque Betesda, deu a cura física; e para Zaqueu, o refrigério de suas inquietações mentais.

Todos eles, após serem tocados por Seu amor, levantaram-se e seguiram resolutos, de alma renovada e feliz, rumo ao Bem sem limite. Ao paralítico, houve a recomendação de tomar seu leito, como a dizer da necessidade de se conservar a lembrança do instrumento de correção.
Quando se tornar tarde em nossa vida, e a esperança declinar, busquemos Jesus e estejamos atentos, porque, ao nosso lado, imperceptivelmente, Ele se encontra, providenciando recursos para fazer arder o nosso coração de um infinito amor feliz…

Celeste Carneiro

Bibliografia:
Epístola de Paulo aos Romanos – Cap. 8, vers.24 e 25
(2) Lucas (24 -13 a 35)
(3) João (5 – 1 a 18)
(4) Lucas ( 19 – 1 a 10)

( * Publicado no Jornal Correio Fraterno do ABC (SP) – fevereiro de 1988)

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