Lições para a Felicidade

3 de setembro de 2021

Sempre que o ano está chegando ao final e até o princípio de um novo ano, o que mais ouvimos entre as pessoas são os votos de um Feliz Natal, um Feliz Ano Novo!

E ficamos a pensar: o que nos faria felizes? Quais são os nossos desejos para alcançarmos a tão esperada felicidade?

No Livro Sagrado, quando Davi estava em apuros por que o rei Saul, com inveja dos seus sucessos, desejava matá-lo, o filho do rei, Jônatas, muito afeiçoado a Davi, lhe diz em particular: O que tu desejares, eu te farei. (1)

Davi pede-lhe a colaboração num plano para escapar do rei Saul, no que é atendido.

Em outro trecho deste livro é narrado o sonho de Salomão, filho do rei Davi: no início do seu reinado Iahweh lhe aparece em sonhos, dizendo-lhe: Pede o que devo te dar.

Salomão, após considerar sua juventude e inexperiência no comando de um reino, expressa o seu desejo: Dá, pois, a teu servo um coração que escuta para governar teu povo e para discernir entre o bem e o mal, pois quem poderia governar teu povo, que é tão numeroso?

Esta resposta agrada ao Senhor, que lhe diz:

Porque foi este o teu pedido, e já que não pediste para ti vida longa, nem riqueza, nem a vida dos teus inimigos, mas pediste para ti discernimento para ouvir e julgar, vou fazer como pediste: dou-te um coração sábio e inteligente, como ninguém teve antes de ti e ninguém terá depois de ti. E também o que não pediste, eu te dou: riqueza e glória tais, que não haverá entre os reis quem te seja semelhante. E se seguires os meus caminhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos como o fez teu pai Davi, dar-te-ei uma vida longa. (2)

Salomão se refere a “teu povo” e não “meu povo”, compreendendo a missão que recebeu de orientar uma nação que, antes de tudo, era de Deus e que a ele cumpria ser fiel ao mandato recebido pelo Senhor. Para isso, precisava de um coração que soubesse escutar e que tivesse discernimento ou sabedoria para agir com equilíbrio sempre. Pensar assim faz uma grande diferença na maneira de se conduzir na vida.

Se algum emissário do Senhor se apresentasse a nós, perguntando-nos o que desejamos para nos sentirmos felizes, o que responderíamos? Paremos um pouco de ler para relacionar os nossos desejos.

A fim de que os benfeitores espirituais nos atendam é necessário que criemos mentalmente o que aspiramos, dando a nossa contribuição para eles concretizarem no plano material o que fazemos existir no plano astral. Para isso, precisamos do poder da concentração, o que nos faz lembrar André Luiz narrando o episódio da construção de um cenário no mundo espiritual, com a contribuição mental dos presentes, cada grupo encarregado de uma parte da paisagem.

André Luiz inicialmente não conseguiu preencher a paisagem junto ao lago, com vegetação florida e agradável. Só depois de algum esforço, lembrando com emoção do jardim de sua casa na Terra, é que ele preenche a área que estava incumbido de criar com o poder de sua mente. (3)

A forma de pedir também é importante. O uso das palavras deve ser sempre com idéias positivas, pois o nosso cérebro não registra a palavra “não” e quando pedimos usando o negativo, gravamos a imagem negativa, fazendo com que se realize o que não queremos…

Por exemplo: Eu não quero engordar! Fica registrado como eu quero engordar. Ou: Desejo me casar com um homem que não seja grosseiro, viciado e preguiçoso. Nossa imaginação já registrou um homem grosseiro, viciado e preguiçoso.

Portanto, peçamos como Davi e o Rei Salomão, o que queremos que nos aconteça, mentalizando com nitidez, com cores, sons e cheiros tudo de maravilhoso que sonhamos para nos sentirmos felizes. E, ao imaginarmos esse paraíso terrestre, sintamos como se já estivesse acontecendo, colocando no momento presente.

No livro Lições para a Felicidade, de Joanna de Ângelis e psicografado por Divaldo Franco, ela dá o roteiro para atingirmos esse objetivo. (4)

Baseando-se em O Livro dos Espíritos e tomando a questão de número 920: Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra? Joanna vai traçando um roteiro de consciência, discernimento e estímulo para sermos felizes dentro do que é possível sê-lo nos dias atuais aqui na Terra.

Inicialmente nos fala de que os bens materiais, assim como as posições sociais, são passageiros. Um rei podia vir a se tornar um escravo: bastava perder a guerra e continuar vivo, ou ser capturado e conduzido para um país distante, como aconteceu com os africanos trazidos para as Américas. Assim também os que se encontram em posições de destaque nos dias atuais, podem ser vistos em manchetes da imprensa em situação de falência ou infelicidade.

Vivendo num planeta em transição para um mundo melhor, não podemos esquecer das dificuldades que nos impulsionam para o progresso.

Diz ela na página 57:

Estes são os graves dias que definirão o futuro da Humanidade e do planeta terrestre. Renasceste neste período, a fim de desfazeres o mal que semeaste no passado.

Semelhantes a crianças inconseqüentes, em vidas anteriores espalhamos espinhos pela estrada, perigos e embaraços, e o Pai nos educa agora, esperando que limpemos os caminhos por onde seguirão aqueles seus servidores que virão implantar o Reino de Deus na Terra…

Para isso, necessitamos de seriedade e trabalho, oração e amor, como sugere Joanna nessa mesma mensagem.

Isto porque:

Estando o planeta recebendo multidões de Espíritos primitivos que se encontravam retidos em regiões inferiores da Erraticidade, de modo que não prejudicassem o fenômeno do progresso, da cultura, da ciência e da tecnologia, agora têm a sua grande chance, ao mesmo tempo convocando à ação de benemerência para com eles, os mais adiantados que lhes experimentam a agudeza da perturbação.

Sem dar-se conta, estão trabalhando pelo progresso do próximo, pois que, dessa forma, o mesmo se sentirá convidado a servir e a amar aqueles que se tornam difíceis de ser afeiçoados, em face da agressividade de que são portadores. (pág. 115)

Graças ao distanciamento desses seres, a Terra atingiu o patamar de progresso que presenciamos hoje. Crescemos no intelecto, mas descuidamos da amorosidade que nos faz ver as necessidades do próximo, escutando os apelos de seu coração.

É impressionante observar como poucos cristãos dão-se conta do que está ocorrendo à sua volta e poderá atingir o seu castelo de refúgio e de ilusão. Mesmo quando vêm à superfície as denúncias contra a dignidade do seu próximo e eles aparecem como fantasmas apavorantes, esses cristãos cerram os olhos para não os ver e tapam os ouvidos, a fim de não escutarem o clamor das suas vozes, porque isso os perturba e inquieta, tirando-lhes alguns momentos de sono ou de excesso de alimentos.

… E confessam a crença em Deus, a Quem dizem amar, em Jesus, que tomam por modelo teórico, mas não Lhe seguem os ensinamentos libertadores.

Perfumados e bem vestidos, evitam o contato com eles, nunca se permitem ir aos porões, temem-nos e abandonam-nos, quando deveriam visitá-los e amá-los, procurando conviver com eles, trazendo-os à luz do dia da compreensão de todos.

Eles ficam nos seus porões, e os cristãos nos seus esconderijos de luxo e de proteção, com medo deles, aqueles a quem Jesus procurou trazer para o centro, retirando-os do abismo escuro em que se refugiavam. (pág. 142)

Alguns já se dedicam a estes excluídos do centro, através das ONGs e de programas governamentais, bem como o trabalho solidário das Instituições religiosas e ações isoladas de quem se conscientizou dessa urgência.

Nesse trabalho não nos falta a assistência dos amigos espirituais, amparando, inspirando, fortalecendo, o que, por certo, nos transmite um pouco da felicidade de que eles já são portadores.

Não impedem, porém, esses bondosos Espíritos, a ocorrência dos fenômenos que propiciam robustecimento das resistências morais. Antes agradecem a Deus que eles surjam, porque disso advirão incompa­ráveis benefícios para os seus pupilos, que igualmen­te adquirirão sabedoria ante os insucessos aparentes, aprendendo para sempre as lições de amor com que o Pai a todos brinda, oferecendo-lhes o mesmo recurso de crescimento interior. (pág. 66)

Para perceber-lhes as presenças atuando em nossa vida com generosidade e desvelo, é preciso adquirir hábitos específicos e zelar para conservá-los, até que se nos tornem instintivos e imprescindíveis.

Quantas tragédias poderiam ser evitadas, se as cri­aturas se equipassem dos recursos da oração e da com­paixão, desenvolvendo campos psíquicos de harmonia interior, a fim de serem melhormente inspiradas e con­duzidas, permitindo que ocorram esses milagres de amor no transcurso das suas existências! (pág. 76)

O hábito da oração facilita esse contato, mas o estado de meditação fará com que ouçamos os seus conselhos de sabedoria. Na oração falamos com Deus; na meditação, quando silenciamos a mente, escutamos a Deus, compreendendo os seus desígnios.

O silêncio é uma necessidade imprescindível para a manutenção da saúde e da paz, equivalendo a um alimento que se absorve para a manutenção orgânica. Por meio da sua prática são eliminadas algumastoxinas que envenenam os sistemas nervoso central e o endócrino, propiciando melhor fluidez da energia que os vitaliza. Aprendendo a silenciar, o ser humano consegue bem ouvir, discernir com mais acerto e compreender melhor as conjunturas que o envolvem, assim como aquelas que cercam as demais pessoas. (pág.121)

Assim fazendo, teremos a diretriz segura para enfrentarmos as dificuldades dos dias atuais. Estaremos equipados para resistirmos as intempéries, os confrontos com esses espíritos primitivos de que a Mentora nos fala, tanto os que estão encarnados quanto os que permanecem no plano espiritual, aguardando a oportunidade da reencarnação.

Do outro plano, esses irmãos nossos lançam vibrações agressivas e buscam a todo custo impedir a vitória do Bem, atacando a quem ao Bem se associa…

Somente uma atitude de paz resiste à pertinácia deles, e apenas a não-resistência desmonta-Ihes as ar­mas da agressividade.
As ações de nobreza que realizes, dar-te-ão es­trutura espiritual para que não te vençam.
Com seriedade medita em torno destes tumultua­dos dias que vives. (pág. 61)

Com determinação, sinceridade de propósito e confiança, iremos avançando rumo ao glorioso porvir.

Esses embates com o mal que reina fora de nós, em torno de nós, levar-nos-ão, mais cedo ou mais tarde para a consciência do mal que ainda reina em nós e necessitamos enxergá-lo para transformá-lo em bênçãos, em virtudes que felicitarão o nosso viver. Para isso, é preciso ter coragem e perseverança, olhando o nosso interior com atenção, paciência e amorosidade.

Somente por meio da coragem para encontrar a consciência, mediante uma análise tranqüila das possi­bilidades de que dispõe, é que a criatura humana logra­rá liberar-se da situação conflitiva que a domina, facul­tando-se selecionar os valores reais daqueles ilusórios aos quais atribui significados, mas que sempre deixam frustração e vazio existencial. (pág. 172)

Assim, a felicidade real e duradoura se instalará em definitivo em nosso coração, ampliando o amor que nos trará enormes benefícios.

À medida que ames, mais experimentarás organi­camente o fenômeno da vasodilatação, facilitando a irrigação da bomba cardíaca.
A alegria de amar renovará as tuas células sob o estímulo de substâncias fomentadoras do equilíbrio, que fortalecerão o sistema imunológico, evitando con­taminações perniciosas.
A emoção do prazer de amar se dilatará por todo o organismo, e conhecerás a felicidade que independe de posses e de projeções sociais, em internas reações em cadeia, que te conduzirão para as vitórias sobre as vi­cissitudes e circunstâncias aziagas. (pág. 177)

Quando Jesus perguntou ao cego de Jericó: Que queres que eu te faça? Ele respondeu: Senhor, que eu torne a ver! (5)

Que possamos também enxergar a realidade que nos cerca com outros olhos: um olhar sábio e compassivo, buscando a felicidade de nos filiarmos aos Servos do Senhor, trabalhando incansavelmente para a construção do Reino do Amor aqui na Terra e em nossos corações!

1º de Janeiro de 2005

Celeste Carneiro

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Referências:
1. A Bíblia – I Samuel – 20:4 – Tradução João Ferreira de Almeida
2. A Bíblia de Jerusalém – 1 Reis – 3:4
3. Obreiros da Vida Eterna, cap. III – André Luiz / Chico Xavier
4. Lições para a Felicidade – Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco
5. A Bíblia – Lucas – 18:41

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